Nova Democracia <br> perde em todas as sondagens
O partido do actual primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, deverá perder as eleições no país, agendadas para o próximo dia 25. É o que indicam todas as sondagens publicadas no último fim-de-semana na Grécia. De acordo com informações compiladas pela EFE, o Instituto Kapa dá ao Syriza o primeiro lugar com 28,1 por cento, contra 25,5 por cento da Nova Democracia (ND). Já o Instituto Pulse perpectiva que o Syriza obtenha 30,5 contra 27 por cento, ao passo que a Metron Analysis aprofunda a diferença garantindo que o partido de Alexis Tsipras chega aos 34,1 por cento contra 30 por cento da ND. Em todas as pesquisas o número de indecisos oscila entre os 10 e os 12 por cento.
Num contexto de bipolarização das escolhas políticas – Syriza ou ND, pertença ao euro e à UE ou o caos –, a Kapa atribui ao partido «O Rio» 6,5 por cento, aos neonazis do Amanhecer Dourado 5,4 por cento, ao PASOK 5,2 por cento, ao Partido Comunista da Grécia (KKE) cinco por cento e ao movimento fundado pelo ex-primeiro-ministro e ex-líder do PASOK, Georgios Papandreu, 2,8 por cento, ou seja, abaixo do mínimo necessário para garantir representação parlamentar (três por cento).
A Pulse, por seu lado, também coloca o Movimento dos Socialistas Democráticos de Papandreu fora do hemiciclo, mas põe em pé de igualdade nas intenções de voto «O Rio», o Amanhacer Dourado e o Pasok (seis por cento), logo seguidos pelo KKE, com 5,5 por cento dos votos.
A Metron não destoa muito das anteriores mas indica que «O Rio» será o terceiro partido com 8,4 por cento, seguido dos nazi-fascistas do Amanhecer Dourado (5,6 por cento), KKE (5,3 por cento) e PASOK (4,1 por cento).
Paralelamente, prossegue a ingerência na campanha eleitoral, alimentada por altos responsáveis da UE. Ainda na segunda-feira, 12, o presidente do Mecanismo Europeu de Estabilidade afirmou, sem se rir, que «se continuar o processo de reformas, a Grécia pode ter a maior taxa de crescimento potencial da Europa». Klaus Regling dá, assim, uma ajuda ao actual primeiro-ministro, Antonis Samaras, que nos comícios promete baixar impostos e aumentar salários e pensões, noticiou a Lusa.
Antes, a Comissão Europeia anunciou que vai propor uma nova prorrogação do prazo para um «regate suave» da Grécia. Por seu lado, o presidente do Eurogrupo insistiu, sexta-feira, 9, que «a saída da Grécia do euro não está em agenda».
Questionado sobre a possibilidade de a Alemanha estar a estudar a saída helénica da moeda única, Jeroen Dijsselbloem foi mais claro e assegurou que «vamos trabalhar normalmente com o novo governo a partir de Fevereiro» porque, explicou, «não creio que o euro esteja em perigo com as eleições».
Recorde-se que o líder do Syriza, Alexis Tsipras, tem repetido que pretende manter a Grécia no euro e na UE, apesar de afirmar que imporá negociações «duras» com os credores.